Encontro – 3 de junho

No encontro do dia 3 de junho conversamos sobre o seguinte texto, excerto de um discurso de Silo por ocasião do 30º aniversário do Movimento Humanista, cujo conteúdo    integral se pode consultar neste link.

E nesta situação que nos cabe viver, reconhecemos o triunfo provisório da cultura do anti-humanismo e declaramos o fracasso dos nossos ideais que não se puderam cumprir. Mas os triunfadores de hoje não têm o futuro assegurado porque uma nova espiritualidade começa-se a expressar em todo o mundo: não é a espiritualidade da superstição, não é a espiritualidade da intolerância, não é a espiritualidade do dogma, não é a espiritualidade da violência religiosa, não é a pesada espiritualidade das velhas tábuas nem dos desgastados valores; é a espiritualidade que despertou do seu sono profundo para nutrir novamente os seres humanos nas suas melhores aspirações.

Se hoje temos que declarar o nosso fracasso, também temos que anunciar uma nova civilização que está a nascer, a primeira civilização planetária da História humana. E, portanto, aquelas crises que sobrevêm e ainda sobrevirão no futuro próximo servirão, apesar do seu infortúnio, para superar esta última etapa da Pré-História humana… e cada um saberá se decide ou não acompanhar esta mudança e cada um compreenderá se procura ou não uma renovação profunda na sua própria vida.

Contradição e unidade

No encontro do dia 27 de maio conversamos sobre o seguinte texto, excerto do livro «Paisagem interna» de Silo:

IX. CONTRADIÇÃO E UNIDADE

1. A contradição inverte a vida. É a inversão dessa corrente crescente da vida o que se experimentacomosofrimento. Por isso, o sofrimento é o sinal que adverte sobre a necessidade de mudança na direcção das forças que se opõem.

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Mitos raízes universais

No dia 20 de maio lemos e trocamos ideias sobre o seguinte excerto de uma conferência dada por Silo em 18 de abril de 1991 aquando do lançamento do seu livro «Mitos Raízes Universais».

Devo avisar que não entendo os mitos como falsidades absolutas, mas sim, opostamente, como verdades psicológicas que coincidem ou não com a percepção do mundo em que nos cabe viver. E há algo mais, essas crenças não são só esquemas passivos, mas sim tensões e climas emotivos que, plasmando-se em imagens, se convertem em forças orientadoras da actividade individual ou colectiva. Independentemente do carácter ético ou exemplificador que às vezes as acompanha, certas crenças possuem pela sua própria natureza uma grande força referencial.

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Dar e receber

Texto escolhido para refletir na reunião do dia 13 de maio (retirado do livro Humanizar a Terra de Silo):

1. Vejamos que relação estabeleces com a tua paisagem externa. Talvez consideres os objectos, as pessoas, os valores, os afectos, como coisas que estão expostas diante de ti para que escolhas e devores de acordo com as tuas especiais apetências. É provável que essa visão centrípeta do mundo marque a tua contradição desde o pensamento até aos músculos.

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A mudança

No encontro do dia 6 de maio conversamos sobre o seguinte texto, extraído do livro Paisagem Interior de Silo:

Olhemos para trás por um instante.

Considerámos o ser humano em total ligação e influência com o mundo. Dissemos que a sua acção se manifesta na paisagem externa, de acordo com o modo como se vai formando a sua paisagem interna. Essa acção é variada, mas o que define uma vida é a sua actividade contraditória ou unitiva. Por outro lado, a contradição inverte a vida e produz sofrimento, contaminando com ele o mundo. Os actos de unidade abrem o futuro fazendo retroceder o sofrimento em cada um e no mundo.

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Sobre a atenção

No encontro do dia 29 de abril conversamos sobre o seguinte texto extraído do seminário sobre Práticas Atencionais do Manual de desenvolvimento pessoal para membros do Movimento Humanista.

Numa época de forte hipnose como a atual, percebemos que a sugestão da imagem é muito forte. A sugestão do momento em que cada um vive, do meio social, a sugestão da imprensa, da televisão, atuam muito fortemente. Não há com que comparar, encontra-se a mesma coisa em todos os lados, há determinados valores estabelecidos e tudo é aceite sem discussão. Vive-se submetido a um grande campo de influências e aí ficamos presos nessa hipnose do sistema. Há pouca capacidade de crítica porque não é possível comparar coisas fora e há pouca capacidade de autocrítica porque não é possível comparar coisas dentro de si mesmo.

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O pedido

No encontro do dia 22 de abril conversamos sobre o seguinte texto, extraído do seminário sobre  o Pedido:

Cerimónia de Bem-estar – Comentários de Silo

“Uma terceira cerimónia, conhecida como de “Bem-estar”, também é realizada a pedido dos assistentes. Trata-se, sem dúvida, de uma posição mental na qual uma ou várias pessoas são evocadas, tentando-se recordar do modo mais vívido possível a sua presença e os seus tons afetivos mais característicos. Procura-se compreender do modo mais intenso possível as dificuldades que nesses momentos podem estar a viver aqueles que são evocados. Em seguida considera-se uma melhoria na situação, de forma a experimentar o registo de alívio correspondente.

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Sobre a (in)comunicação

No encontro do dia 15 conversamos sobre o seguinte texto:

Qual é a condição necessário para darmos esta mensagem?
Gostar do ser humano!
(…)
É importante a condição básica de gostar dos outros. Estas não são atividades para egoístas. Estas são atividades para pessoas que interpretam o mundo de outro modo. Não o mundo ao serviço delas.
Estas não são atividades que respondem aos esquemas que hoje existem e que trabalharam sobre nós sem que o advirtamos. Esquemas tais como: eu sou um consumidor, portanto a minha função é a de ser um aparelho digestivo do corpo social. Ou seja, eu estou interpretando o mundo, segundo as coisas que o mundo me dá. É certo que eu também dou, invisto a minha força de trabalho e de acordo à força de trabalho que invisto, recebo em troca bens de consumo.

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A reconciliação

No encontro de 1 de abril conversamos sobre este texto (versão completa aqui)

Excerto do discurso de Silo nas JORNADAS DE EXPERIÊNCIAS realizadas em Punta de Vacas em maio de 2007

(…)

Se é certo que procuramos a reconciliação sincera connosco mesmos e com aqueles que nos magoaram intensamente, é porque queremos uma transformação profunda da nossa vida. Uma transformação que nos tire do ressentimento em que, em suma, ninguém se reconcilia com ninguém e nem sequer consigo mesmo. Quando chegamos a compreender que no nosso interior não habita um inimigo, mas sim um ser cheio de esperanças e de fracassos, um ser em que vemos, numa curta sucessão de imagens, momentos belos de plenitude e momentos de frustração e ressentimento.

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O sentido da vida

No encontro do dia 18 de março lemos e conversamos sobre o seguinte texto, extrato de uma conferência de Silo.

Mas também pode ser visto [o sentido da vida] de forma mais técnica, pode ser visto agora desde o seguinte ponto de vista: “o que é que acontece na consciência humana?”, “como funciona a cabeça humana?”. “A cabeça humana não pode funcionar sem futuro, qualquer coisa que queiramos fazer exige futuro, exige imaginação. “Quero beber um copo de água”, então tenho de ir à cozinha, “quero ir a tal lugar”, então devo imaginar esse lugar. Qualquer atividade do ser humano exige obrigatoriamente que esteja a funcionar o futuro na consciência, Assim como o passado está a pesar na nossa cabeça, na nossa memória, tudo o que nos aconteceu, o que aprendemos, as coisas boas, as coisas não tão boas, tudo isso está a pesar na nossa cabeça, também dessa forma está a pesar aquilo que nós pensamos sobre o futuro, e de acordo ao que pensemos sobre o futuro, assim vai ser a situação em que estamos hoje.

Acostumamo-nos a pensar que tudo aquilo que nos acontece hoje é nada mais que produto do passado. Então as pessoas acreditam que o que lhes acontece hoje é por causa daquilo que fizeram, e dizem: “ah, se tivesse feito as coisas de outra maneira a minha vida seria de outro modo também”. Isso em parte está certo, só em parte, porque de acordo com o que eu estiver a pensar ou a sentir, ou a temer do futuro, assim também é como me posiciono hoje na realidade que me cabe viver.