Os modelos de vida

No encontro de 10 de junho conversamos sobre o seguinte texto:

1. Na tua paisagem interna há uma mulher ou um homem ideal (segundo seja o caso), que procuras na paisagem externa através de tantas relações, sem poderes jamais tocar. Excepto o curto período em que o amor completo deslumbra com a sua chispa, essas pederneiras não coincidem num ponto preciso.

2. Cada um à sua maneira, lança a sua vida para a paisagem externa, procurando completar os seus modelos ocultos.

3. Porém, a paisagem externa vai impondo leis próprias e quando passa um tempo, o que foi o mais acariciado devaneio torna-se uma imagem pela qual se experimenta agora vergonha, ou pelo menos uma esvaída recordação. Não obstante, existem profundos modelos que dormem no interior da espécie humana, esperando o seu momento oportuno. Esses modelos são a tradução dos impulsos que o próprio corpo entrega ao espaço de representação.

4. Não discutiremos agora a origem nem a consistência de tais modelos; e também não falaremos da complexidade do mundo em que se encontram. Falaremos simplesmente de anotar a sua existência, destacando que a sua função é compensar necessidades e aspirações que, por sua vez, motivam a actividade em direcção à paisagem externa.

5. As culturas e os povos dão a sua singular resposta à paisagem externa, sempre tingida por modelos internos que o próprio corpo e a História foram definindo.

6. É sábio quem conhece os seus modelos profundos e é mais sábio ainda, quem pode pô-los ao serviço das melhores causas.

In Paisagem Interna. SILO.

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