Sobre a atenção

No encontro do dia 29 de abril conversamos sobre o seguinte texto extraído do seminário sobre Práticas Atencionais do Manual de desenvolvimento pessoal para membros do Movimento Humanista.

Numa época de forte hipnose como a atual, percebemos que a sugestão da imagem é muito forte. A sugestão do momento em que cada um vive, do meio social, a sugestão da imprensa, da televisão, atuam muito fortemente. Não há com que comparar, encontra-se a mesma coisa em todos os lados, há determinados valores estabelecidos e tudo é aceite sem discussão. Vive-se submetido a um grande campo de influências e aí ficamos presos nessa hipnose do sistema. Há pouca capacidade de crítica porque não é possível comparar coisas fora e há pouca capacidade de autocrítica porque não é possível comparar coisas dentro de si mesmo.

Nesta situação que nos toca viver, a atenção é uma ferramenta formidável para contrabalançar a influência do sistema, para descobrir os seus pontos débeis e elaborar os pontos de vista e os posicionamentos que podem esclarecer as pessoas para opor-se a ele.
Dizíamos que uma boa disposição para a aprendizagem, uma boa memória, um aumento da permanência nos propósitos e, em suma, o crescimento da capacidade de mudança, dependem da atenção.
Quando estamos atentos não somos tão susceptíveis nem vulneráveis à pressão de grupo ou situações, nem à apresentação de “figuras de papel”. Quando estamos atentos aumenta a capacidade de crítica e autocrítica. Autocrítica não é dizer: Sou um tolo. Em qualquer caso isso é a visão que se acha que os outros têm sobre nós e que é tomada como própria. A autocrítica tem a ver com um suave estado de atenção em relação a si mesmo, no qual se podem descobrir tanto os aspectos negativos como os positivos. Uns para serem melhorados e outros para fortalecê-los. A crítica também não é essa atitude azeda de negação a tudo. A crítica é uma atitude suave, aberta, não preconceituosa e criativa sobre o que nos rodeia.

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