A mudança

No encontro do dia 6 de maio conversamos sobre o seguinte texto, extraído do livro Paisagem Interior de Silo:

Olhemos para trás por um instante.

Considerámos o ser humano em total ligação e influência com o mundo. Dissemos que a sua acção se manifesta na paisagem externa, de acordo com o modo como se vai formando a sua paisagem interna. Essa acção é variada, mas o que define uma vida é a sua actividade contraditória ou unitiva. Por outro lado, a contradição inverte a vida e produz sofrimento, contaminando com ele o mundo. Os actos de unidade abrem o futuro fazendo retroceder o sofrimento em cada um e no mundo.

“Humanizar a Terra” é o mesmo que “dar” em actos unitivos. Não pode ter sentido mais do que provisório todo o objectivo que conclua no receber. O seu destino é conduzir à contradição.

Existe uma grande energia que pode ser mobilizada ao serviço da vida: é a fé. Na paisagem interna também se movem outras forças que motivam a actividade em direcção à paisagem externa: são os “modelos”.

1. Definitivamente, a pergunta é esta: queres superar o abismo?

2. Talvez queiras fazê-lo. Porém, como tomarás uma nova direcção se a avalanche já foi desprendida e no seu arrastamento leva o que encontra?

3. Qualquer que seja a tua decisão, resta saber com que meios e energia contarás para poder executar a mudança.

4. Ainda que a tua escolha seja muito tua, queria indicar-te que mudar a direcção da tua vida não é coisa que possas realizar somente com recursos de trabalho interno, mas sim actuando decididamente no mundo. Modificando condutas.

5. Soma à tarefa o teu meio imediato (esse que influi decisivamente sobre ti e sobre o qual tu influis). E como o farás? Não há outro meio senão este: despertar a fé em que a conversão da vida invertida é possível.

6. Este é o ponto em que te deixo. Se te dispões a modificar a tua vida, transformarás o mundo e não triunfará o abismo, mas sim aquilo que o ultrapasse.

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