Um pequeno presente…

No encontro do dia 11 de março lemos e trocamos impressões sobre um excerto de um discurso de Silo cujo texto integral se pode encontrar aqui.

Como hoje estamos numa celebração (e em algumas celebrações as pessoas trocam presentes), gostaria de te dar uma prenda que tu verás se merece ser aceite. Trata-se, na realidade, da recomendação mais fácil e prática que sou capaz de oferecer. É quase uma receita de cozinha, mas confio em que irás além do que assinalem as palavras…

Em algum momento do dia ou da noite, aspira uma golfada de ar e imagina que levas esse ar ao teu coração. Então, pede com força por ti e pelos teus entes mais queridos. Pede com força para te afastares de tudo aquilo que te traz contradição; pede que a tua vida tenha unidade. Não destines muito tempo a esta breve oração, a este breve pedido, porque bastará interromperes um instante o que vai sucedendo na tua vida para que, no contacto com o teu interior, se clarifiquem os teus sentimentos e as tuas ideias.

Afastar a contradição é o mesmo que superar o ódio, o ressentimento, o desejo de vingança. Afastar a contradição é cultivar o desejo de reconciliação com outros e consigo mesmo. Afastar a contradição é perdoar e reparar duas vezes cada mal que se tenha infligido a outros.

É esta a atitude que cabe cultivar. Então, à medida que o tempo passe, compreenderás que o mais importante é conseguir uma vida de unidade interna que frutificará quando o que penses, sintas e faças vá na mesma direcção. A vida cresce pela sua unidade interna e desintegra-se pela contradição. E acontece que o que fazes não fica só em ti, mas chega aos demais. Portanto, quando ajudas outros a superar a dor e o sofrimento fazes crescer a tua vida e dás o teu contributo ao mundo. Inversamente, quando aumentas o sofrimento de outros, desintegras a tua vida e envenenas o mundo. E a quem deves ajudar? Em primeiro lugar a quem está mais próximo, mas a tua acção não se deterá neles.

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