Ofício do fogo

Todos os primeiros domingos de cada mês iremos fazer uma sessão do Ofício do Fogo, das quais daremos informações periodicamente, e nas quais todos podem participar.

No dia 4 de fevereiro pelas 16h, na sede do Movimento Humanista (Rua de Cedofeita, 455, 1º piso, sala 10), iremos elaborar peças em argila que expressem o melhor de nós próprios, para daí a um mês (4 de março) as cozermos na técnica de Raku, no Parque Minho.

Fotografia de peças cozidas com o método Raku

“Interesse do Ofício do Fogo: Resgatar os registos e olhares antigos próprios do processo evolutivo humano. O trabalho com a matéria ajuda a aproximarmo-nos desse processo histórico.

É o desenvolvimento da permanencia, ‘pulcritude’ e tom. É um trabalho que nos faz pôr a cabeça de uma maneira mais meditativa, reflexiva e atua em co-presença. Um ofício ensina a proporcionar internamente, a fazer equilibradamente. Vai-se adquirindo proporção interna, graças a esse trabalho externo, enquanto aparecem problemas de exatidão e de detalhe. Há um tom que associa estados internos com operações externas. Aprende-se a trabalhar equilibradamente.

São trabalhos inspiradores se os fizermos com a cabeça bem posta. Fazer as coisas pela produção artística, para ser artista, não é o interesse (se as coisas saem bonitas, está bem, mas não é o primário). Veremos a forma de trabalhar com as mãos, o corpo e a cabeça.

Todo o tema do trabalho com os diferentes materiais pode ser considerado como um Ofício e sem dúvida que se experimenta que ao produzir transformações na matéria-prima se vão produzindo também transformações no operador dessa matéria-prima.

A história do Fogo está inserida no seio da história do desenvolvimento humano, tanto na sua religiosidade e imagem cosmológica do universo como na sua psicologia e avanço social e tecnológico. As intuições e observações do ser humano, trabalhadas em milhares de anos, deram origem aos seus saltos importantes, palo que se ganhou em energia livre e melhoria da sua qualidade de vida.

A observação do fogo até à sua produção, aprendendo como elevar a sua temperatura e aplicá-la na criação de objetos através do emprego dos fornos, não são marcos apenas externos, são também a manifestação dos processos internos, de relações e compreensões novas no ser humano. Estes marcos vêem-se nos mitos universais que estão na base das diferentes culturas. O trabalho com a matéria e os fornos é a forma de nos apoximarmos a esse processo histórico, resgatando registos e olhares antigos.”

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